O nome da estilista Coco Chanel (1883-1971) já rendeu material para diversas biografias. Paul Morand é autor, por exemplo, de L'allure de Chanel, que tenta decifrar a personalidade da criadora de uma das grifes mais duradouras e valiosas do planeta.

Lilou Marquand, uma de suas últimas assistentes, escreveu Chanel m'a dit, sobre os últimos anos de convivência ao lado da patroa que revolucionou a moda feminina. Em Coco & Igor, o escritor Chris Greenhalgh conta sobre o suposto romance entre a estilista e maestro russo Igor Stravinsky, livro que serviu de base para um filme dirigido pelo holandês Jan Kounen, ainda inédito no Brasil.

Mas é a biografia A Era Chanel, da escritora Edmonde Charles-Roux, que serve de base para a diretora Anne Fontaine criar o universo do filme Coco antes de Chanel, que estreiou em todo país nesta sexta (30).

O livro trata da infância miserável da estilista, nascida Gabrielle, entregue pelo pai caixeiro-viajante a um orfanato, onde teria aprendido a a costurar, até se transformar na jovem rebelde e na empresária visionária que viria a sacudir os padrões de comportamento da Belle Époque.
Chanel, que ganhou o apelido Coco nos cabarés parisienses onde atuou como dançarina, foi uma visionária da moda moderna, tudo que ela criou ainda é usado nos dias de hoje. Muito da inspiração de suas criações vinha da admiração que tinha pelas corridas de cavalos observando como os jóqueis se vestiam.

As peças de roupa com um toque da personalidade masculina, misturado com o que há de mais feminino viraram sua marca registrada. A estilista revolucionou a década de 20, libertando a mulher dos trajes desconfortáveis e rígidos do final do século 19.
Abriu espaço para as calças compridas, que não eram usadas por mulheres até então. Mas para não masculinizá-las o look era complementado com uma maquiagem clássica (base, rímel, bochechas bem rosadas e lábios vermelhos), o corte de cabelo que acabou recebendo seu nome e o perfume mais feminino que já se sentiu, o Chanel n°5.

Sua primeira loja foi inaugurada em 1910, Chanel apenas vendia chapéus. Com o passar do tempo desenvolveu seu estilo próprio. Criou a autêntica moda do tailleur, marca registrada da grife, até hoje reinterpretada pelo alemão Karl Lagerfeld, que assina as coleções desde 1983.
Além disso, são do estilio dela o vestido chamisie (inspirado nas camisas masculinas), os sapatos fechados, o colar de pérolas, a bolsa matelassê de couro com alças em corrente dourada e os óculos enormes arredondados, sempre na cor preta.
Seu trabalho é tão importante que até hoje, de todas as maisons parisienses, Chanel é a única que se mantém fora dos grupos empresariais. E faz os desfiles mais emblemáticos das semanas de moda do mundo.

Fonte: R7

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