Mito da moda, Chanel teve a vida marcada por tragédias, conquistas profissionais e casos de amor
Lilou Marquand, uma de suas últimas assistentes, escreveu Chanel m'a dit, sobre os últimos anos de convivência ao lado da patroa que revolucionou a moda feminina. Em Coco & Igor, o escritor Chris Greenhalgh conta sobre o suposto romance entre a estilista e maestro russo Igor Stravinsky, livro que serviu de base para um filme dirigido pelo holandês Jan Kounen, ainda inédito no Brasil.
Chanel, que ganhou o apelido Coco nos cabarés parisienses onde atuou como dançarina, foi uma visionária da moda moderna, tudo que ela criou ainda é usado nos dias de hoje. Muito da inspiração de suas criações vinha da admiração que tinha pelas corridas de cavalos observando como os jóqueis se vestiam.
Abriu espaço para as calças compridas, que não eram usadas por mulheres até então. Mas para não masculinizá-las o look era complementado com uma maquiagem clássica (base, rímel, bochechas bem rosadas e lábios vermelhos), o corte de cabelo que acabou recebendo seu nome e o perfume mais feminino que já se sentiu, o Chanel n°5.
Além disso, são do estilio dela o vestido chamisie (inspirado nas camisas masculinas), os sapatos fechados, o colar de pérolas, a bolsa matelassê de couro com alças em corrente dourada e os óculos enormes arredondados, sempre na cor preta.
Seu trabalho é tão importante que até hoje, de todas as maisons parisienses, Chanel é a única que se mantém fora dos grupos empresariais. E faz os desfiles mais emblemáticos das semanas de moda do mundo.
Fonte: R7
Crítica do filme
Dirigido por Anne Fountaine (A Garota de Mônaco), Coco Antes de Chanel é um retrato de Coco antes de se tornar uma verdadeira lenda da moda, como o próprio título deixa claro. A ideia do filme é, portanto, focar nos anos anteriores à fama; uma das evidências disso é que em momento nenhum seu sobrenome, que dá nome a uma das mais fortes marcas da indústria da moda ainda hoje, nunca é citado.
O filme começa quando Gabrielle – nome de batismo da estilista - é abandonada no orfanato ao lado de sua irmã ainda na infância. Elas crescem fortemente unidas e, na idade adulta, já apelidada por Coco (Audrey Tautou), tenta sobreviver como pode cantando num cabaré ao lado da irmã, Adrienne (Marie Gillain), e fazendo pequenos consertos de costura durante o dia. Mas Coco, abandonada pelo pai e não muito favorecida pela genética, cresce descrente no amor - embora tenha seus romances - ou qualquer outra coisa que seres do sexo oposto possam oferecer.
Numa sociedade machista, é complicado para uma mulher conseguir sucesso sem ter um casamento abastado ou algo do gênero e Coco luta o tempo todo para conseguir ser bem-sucedida sem a ajuda de um homem, diferentemente das mulheres de sua época. Mas isso causa amargor na personagem, que critica sempre que pode o excesso de “fru-frus” nas roupas das mulheres. Esses dois aspectos da personalidade da protagonista – a descrença em relacionamentos, especialmente no casamento, e a visão crítica em relação à moda vigente nos anos 30 e 40 - formam a mulher que, mais tarde, revolucionaria a moda por meio de suas criações. A estilista retratada em Coco Antes de Chanel é uma mulher amargurada, desiludida, essa visão incomoda. A direção é excessivamente sóbria, acompanhando o tipo de pensamento da personagem, mas entediando o espectador.
A atuação de Audrey é distante, num tom gelado. Por isso, é difícil fazer com que o espectador desenvolva qualquer empatia com a protagonista, que revolucionou a moda ao levar a elegância sóbria ao vestuário feminino. A direção de arte e os figurinos dão ênfase à sobriedade, à elegância, mas a narrativa arrastada e pouco criativa não conquista nem os mais interessados em moda do que em cinema.
Fonte: R7
Especial Channel - A importância na moda!
Em 2010, são completados 100 anos da abertura da primeira – e bem pequena - loja da estilista Gabrielle Chanel em Paris. Depois de tanto tempo, a grife Chanel não cresceu só em números (passando a vender no mundo todo, em diversas lojas, produtos luxuosos e caríssimos).
Chanel tornou-se um dos nomes mais importantes da moda por ter criado peças que marcaram época.
- Cabelos curtos: Chanel foi definitivamente uma mulher que marcou época. Circulando pela alta-sociedade parisiense, seu estilo foi muito visto, comentado e divulgado na época. Ela não foi a primeira a usar cabelos curtos, mas difundiu o estilo entre as mulheres francesas que a acompanhavam. Hoje em dia chamamos o “corte Chanel” de cabelos com base reta e cortados na altura do pescoço.
- Pretinho básico: As cores sóbrias sempre fizeram parte do guarda-roupa pessoal de Gabrielle. Quando ela passou a fazer modelos de vestidos bastante simples para a Chanel, logo ganhou destaque nas revistas de moda, o que fez com que a peça passasse a ser produzida em escala maior e difundido o “pretinho básico” como parte do estilo da grife.
- Tailleur: Gabrielle costumava usar duas peças em seu dia-a-dia, especialmente para ir a corridas de cavalo. Depois de tanto usar, passou a fazer versões também para a Chanel. Foi então que o tailleur tornou-se queridinho das clientes da estilista.